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Criar problemas? | Newsletter da Liloca #001

Bom dia, amados, tudo bem?

Aqui é a professora Lília Finelli. Aquela que fica com insônia quando está grávida 😂

Há alguns dias, no meu Instagram, relatei algumas experiências que vivi sobre passar por um doutorado grávida e com depressão pós-parto. Foram experiências difíceis para mim e quis compartilhar com vocês, com o objetivo de acalmar também algumas das minhas alunas que optaram por não tentar processos seletivos de mestrado ou doutorado neste ano.

Não é tudo que vale a pena na vida e, muitas vezes, criamos situações que prejudicam a nós mesmos.

Claro que complicações de gestação e pós-parto são, em grande parte, são imprevisíveis. Mas existem várias coisas que são apenas consequências de erros previsíveis. É o que vejo ocorrer com as técnicas e normas para a execução dos trabalhos acadêmicos.

A situação que relatei no Instagram – de colocar sobre mim mesma um peso que a tese não possui – poderia ter sido infinitamente pior se eu não tivesse um conhecimento avançado em relação aos elementos do meu próprio texto. É muito mais fácil cair na cilada de colocar o texto em um pedestal, como se ele nos controlasse, se não temos nem ideia de como torná-lo lógico, útil, de como fazer com que trabalhe para nós.

Como isso não é ensinado, vem um problema grave. Toda semana, recebo mensagem de alunos que já tentaram muito aprender o conteúdo técnico. Que querem dominar seus textos – não serem dominados por eles. Mas a disciplina de Metodologia é muito vasta. Cada professor diz uma coisa e muitos nem sequer a estudaram antes de ministrá-la.

Isso acontece em razão de todo um sistema que rechaça o Direito como ciência verdadeira; que não promove sequer concursos para essa cadeira específica; que deixa as ferramentas de domínio do texto a cargo de professores que não foram, eles mesmos, formados para essa tarefa.

Dominar a técnica também é evitar erros.


Há uma parte na minha experiência que me causou um sofrimento justo. Por que justo? Porque a culpa por ele foi exclusivamente minha. Fui eu mesma que hierarquizei de forma incorreta o valor que um doutorado deveria ter em minha vida e, por isso, sofri as consequências. Há outra parte, no entanto, que me evitou muitas contrariedades, que me fez terminar com muita folga, ser indicada aos dois prêmios federais de teses, ter uma banca tranquila. Essa parte tem origem no estudo incansável da matéria de Metodologia.

Só que, nessa tarefa, eu gastei aproximadamente 7 anos. Poderia ter ido mais rápido, poderia ter sofrido menos, se não tivesse tido que decifrar praticamente tudo sozinha. Ler sozinha, escrever sozinha. Quebrar minha cabeça – sozinha. Não tinha ninguém disponível para debater comigo o conteúdo dos livros. É, inclusive, exatamente isso que vou fazer nos dias 27 a 29/7, dando aulas sobre o livro (Re)pensando a pesquisa jurídica.


(Se quiser se inscrever, já pode. É só clicar AQUI)


É nisto que quero que vocês pensem e, se quiserem, me respondam por e-mail ou direct:

  1. Estou querendo fazer tudo sozinho(a), mesmo tendo professores disponíveis? Lendo os livros e fingindo que entendi?
  2. Não estou, com isso, criando problemas para mim mesmo(a)?


Vou deixar uma mensagem aqui abaixo, de um ensinamento que sempre guardo comigo e que me faz refletir sobre as “injustiças” que muitas vezes vivo:

“Esta é, em síntese, a tradução dessa fórmula suprema para saber se colocar e se preservar de muitas coisas, cujas causas essenciais residem em si mesmo. Tratando de não provocar o mal nem criar dificuldades, sofrimentos ou perigos por própria culpa, cada um terá vencido a primeira grande batalha pela conquista do bem, reservando então todas as suas forças e energias para preservar-se das causas alheias a si mesmo; dessa forma, o mal será menor, assim como o sofrimento, os perigos, as contrariedades e tudo o que atenta contra a vida. Isso é habituar-se a caminhar pelo mundo evitando ser cada um a causa de seus próprios males. Certamente, existe grande diferença entre sofrer os males que o próprio ser se cria e que, de acordo com nosso julgamento, devemos considerar como sendo justos, e os males que devemos suportar injustamente, isto é, sem nossa culpa.” (Introdução ao conhecimento logosófico, p. 272).

Há muitos benefícios no conhecimento. Errar menos já é uma vantagem enorme.

Se quiser saber como tornar seus textos mais úteis e lógicos, não se esqueça de se inscrever no curso gratuito: https://liliafinelli.com/a-materia-mais-odiada-do-direito/

Com afeto,
Lília Finelli